O livro best-seller nos Estados Unidos do psiquiatra M. Scott Peck, “O Caminho Menos Percorrido”, trata do desenvolvimento emocional humano. Ele começa com a frase: “A vida é difícil.” É? Creio ser difícil de maneiras diferentes para pessoas diferentes. Vamos pensar.
Para os pobres materialmente a vida é difícil financeiramente. Para outros é difícil porque nasceram com déficit cerebral que favorece o surgimento de transtornos mentais. Há os que experimentam dificuldade devido à doenças incuráveis, bem limitadoras, como paralisias, ausência de algum órgão, deficiência visual, auditiva, etc. E a vida pode ser difícil para pessoas que, ainda que ricas materialmente, sentem um vazio existencial.
Dr. Scott Peck comenta em seu livro sobre o fato de jovens aprenderem na escola matemática, geografia, história, biologia, química, física, línguas estrangeiras, etc., e não lhes ser ensinado a lidar com suas próprias emoções! Um dos fundamentos do pensamento pós-moderno vigente, praticado numa maioria de países, pela maioria das pessoas é: “Se me sinto bem, então vale à pena!” O que vale é como a pessoa se sente, e isto depende das emoções. Consegue ver o perigo disto?
Leigh M. Vaillant, psiquiatra professora de Harvard, com quem troquei ideias sobre angústia humana, em seu livro “Changing Character”, explica que o desafio para a saúde mental é “ter as emoções sem deixar que as emoções tenham você.” Isto corresponde às ideias de Daniel Goleman sobre “inteligência emocional”, e ao conceito de Diana Fosha, Ph.D., da Universidade Adelphi nos EUA, sobre “competência emocional”. É bem diferente ter competência no mercado de trabalho e ter competência emocional. Uma coisa não vem obrigatoriamente ligada à outra. Para adquirir competência emocional temos que lutar por isto, buscar ativamente este crescimento, aprender a administrar nossas emoções.
Você já viu em algum currículo de alguma escola, curso, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado uma disciplina chamada “Administração de Emoções”? Eu nunca vi. Sabia que a Bíblia ensina isto? O conceito bíblico de comportamento saudável envolve o aprendizado do controle emocional. Por exemplo, o “Ph.D” Paulo diz: “Irai-vos e não pequeis.” Efésios 4:26. Isto é exatamente o que Leigh Vaillant explica em seu livro. O problema não é a emoção, neste caso, a raiva. Há situações na vida que geram raiva e isto é normal. A questão é: Você é dominado por ela ou a administra para não ser movido pela raiva e, assim, fazer bobagem?
Recomendo colocar um alvo para si mesmo para o novo ano: aprender a administrar suas emoções. Não conheço ninguém, a não ser Jesus Cristo, que aprendeu isto perfeitamente. (veja Hebreus 5:8 e 9). Vale à pena tentar e não desistir. Os benefícios serão enormes para sua paz interior, relação com as pessoas e autonomia na vida no sentido de não ser jogado para aqui ou para ali pelas emoções, ou ficar dependente de remédios, psicólogos, médicos.
Como fazer isto?
Primeiro, reconheça que talvez você tem estado sem controle das próprias emoções.
Segundo, identifique a emoção do momento. Dê um nome a ela: É raiva? Medo? Tristeza? Alegria? Vergonha? Culpa? Compaixão?
Terceiro, tente entender que evento produziu este sentimento que você acabou de identificar.
Quarto, use o raciocínio lógico (não depende de emoção) para verificar se este sentimento cabe na situação, ou se é exagerado. Você pode negar o sentimento e por isso concluir que não está sentindo nada, quando, na verdade, ele pode estar reprimido. Se for o caso, pense: “O que uma pessoa sentiria normalmente nesta situação?” Assim é mais fácil você admitir que tem a emoção negada num primeiro momento.
Quinto, expresse (fale, verbalize) este sentimento sem ser de maneira afetada, agressiva, abusiva, para a pessoa em foco e experimente (vivencie) o sentimento sem medo dele, sem fugir dele com álcool, outras drogas, excesso de trabalho, sexo, compras, viagens, etc. (ver 1 Coríntios 10:13).
Sexto, não tenha medo do sentimento, seja medo, angústia, tristeza, culpa, vergonha. O sentimento não é você. Você é maior que ele e pode pensar sobre ele.
Sétimo, leia bons livros sobre o assunto, assista palestras sobre este tema, converse com pessoas interessadas nisto.
Administrar a emoção envolve dar dois passos para trás em sua mente, olhar a si como expectador, e pensar no que sente. Sem este exercício, a emoção domina você. Com ele você pode ter a emoção sem deixar que ela tenha você.
Fonte:Sétimo dia
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